Os transtornos alimentares estão mais presentes na nossa rotina do que nós imaginamos. É comum encontrarmos pessoas que recusam comer um alimento calórico porque alegam estar de regime, ou escutar amigos e familiares se queixarem de estar acima do peso quando estão, visivelmente, com o peso ideal. Essas pequenas manifestações individuais já podem ser entendidas como um tipo de distúrbio alimentar e demandam muita atenção para que não se transformem em situações ainda mais graves.
O tratamento psicanalítico oferece diferentes oportunidades para o paciente que apresenta esses transtornos fugir de quadros mais graves dessas doenças. Para entender como ele é capaz de atuar no benefício desses pacientes, vamos descrever neste artigo quais são os quadros de transtorno alimentar passíveis de tratamento psicanalítico e como esse cuidado pode ser essencial para o paciente se recuperar e viver de maneira saudável.
Indivíduos mais suscetíveis a desenvolver transtornos alimentares
O transtorno alimentar é um quadro psiquiátrico que pode ser desenvolvido por qualquer tipo de pessoa, mas que apresenta alta incidência em indivíduos com as seguintes características:
- Mulheres;
- Faixa etária de 12 a 19 anos;
- Classe média ou média alta;
- Modelos, bailarinas ou atletas;
- Ex-obesas;
- Histórico familiar de transtorno obsessivo-compulsivo;
- Baixa autoestima;
- Perfeccionismo;
- Timidez e dificuldade de expressar sentimentos.
Tipos de transtorno alimentar
Os transtornos alimentares podem acontecer com manifestações diversas na relação entre um indivíduo e sua alimentação. Eles podem ser caracterizados pela recusa ao comer, pela ingestão de calorias em excesso e até mesmo pelo hábito de comer somente alguns tipos de alimentos. Para você aprender a identificar alguns deles, vamos citar abaixo os transtornos alimentares mais comuns diagnosticados na população brasileira:
Pica
A pica é um transtorno alimentar caracterizado pela ingestão de substâncias que não são consideradas nutritivas, como terra, barro, cabelo, alimentos crus, etc.
Ruminação
Esse transtorno é caracterizado pela manifestação frequente de episódios de regurgitação alimentar não explicada por condições médicas, como a desnutrição ou problemas gástricos, sendo classificada como um problema comportamental e psiquiátrico.
Anorexia nervosa
A anorexia é um dos transtornos alimentares mais conhecidos pela população em geral. Caracteriza-se por quadros de perturbação de imagem corporal e alteração do apetite, levando o indivíduo a redução drástica de peso.
Bulimia nervosa
A bulimia também é um transtorno alimentar bastante conhecido. Ela é caracterizada pelo hábito de compulsão alimentar, seguido de vômito autoinduzido, para reduzir a culpa da ingestão de altos valores calóricos.
Compulsão alimentar periódica (TCAP)
O TCAP é caracterizado por episódios de compulsão alimentar, porém sem a compensação realizada por bulímicos para conter o ganho de peso. A maioria desses pacientes é considerada obesa.
Transtorno alimentar noturno
Esse é um transtorno que atinge, pelo menos, 1% da população mundial, caracterizado pelo hábito de levantar a noite para comer, mesmo que a pessoa continue dormindo, atuando como sonâmbulo. O paciente geralmente não se lembra do ocorrido após acordar.
O papel da psicanálise no tratamento dos transtornos alimentares
O tratamento psicanalítico é essencial no controle de transtornos alimentares. Como esses quadros psiquiátricos geralmente são consequências de traumas ou situações vividas na vida infantil, ou ao longo de seu desenvolvimento emocional, é impossível tratar esses pacientes sem descobrir qual é o fator responsável por desencadear esses transtornos.
A psicanálise trabalha exatamente com essa parte do nosso inconsciente, que manifesta sintomas que são consequências de problemas que o indivíduo não conseguiu assimilar sozinho. Com as técnicas da psicanálise é possível descobrir qual é o trauma que está se manifestando na forma de transtorno alimentar e tratá-lo para evitar novos quadros dessas doenças psiquiátricas.
O tratamento de transtornos alimentares deve ser acompanhado de um psicólogo, um psiquiatra e um nutricionista que sejam capazes de trabalhar em conjunto para a manutenção do bem-estar do paciente e a recuperação de seus hábitos alimentares tradicionais.
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